segunda-feira, 5 de agosto de 2013

BACIA DE PELOTAS COMEÇA A PRODUZIR EM SETEMBRO

Primeiro poço a ser perfurado pela Petrobras em busca de petróleo fica a 195 quilômetros de São José do Norte

Já existe um prazo para que a Petrobras inicie a exploração dos poços do bloco BM-P-02, na área da Bacia Pelotas, em busca de petróleo e gás natural. Até setembro a primeira plataforma de perfuração deverá entrar em ação na costa do litoral sul gaúcho, a cerca de 195 quilômetros do município de São José do Norte.
A exploração dos poços, aguardada com ansiedade há pelo menos cinco décadas, desde que o pesquisador pelotense José Anélio Saraiva afirmou existir petróleo na região, foi confirmada. Em reunião pública em Rio Grande promovida pelo Ibama e pela Petrobras no auditório do Cidec-Sul da Furg, o gerente de exploração e produção da Bacia Pelotas, Jéferson Luiz Dias (foto), afirmou que aguarda apenas o término do processo de licenciamento ambiental para dar início aos trabalhos. “No máximo em setembro abriremos o primeiro poço, o Guarani. Se tudo der certo e nossas suspeitas se confirmarem, no segundo semestre de 2014 o mesmo será feito no outro poço, o Pampeano”, disse o representante da Petrobras.
Coordenador de exploração, Jéferson Dias, confirma
exploração da Bacia Pelotas a partir de setembro.

Segundo Dias, as perfurações deverão chegar a cerca de 7,2 mil metros abaixo do nível do mar e envolverão uma equipe de 80 pessoas especializadas na operação da sonda, que trabalhará por seis meses em cada poço. “Usaremos o aeroporto de Pelotas para embarque e desembarque dos trabalhadores.”

Para que a estatal receba a licença de operação resta apenas que o Ibama aprove o Estudo Ambiental de Perfuração (EAP) e o Relatório de Impacto Ambiental de Perfuração (RIAP). Na audiência de hoje ambos foram apresentados a representantes de entidades de municípios litorâneos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estados que integrarão o processo de exploração da Bacia Pelotas. “Apresentar estes estudos publicamente é uma etapa obrigatória antes de aprovar e conceder a licença para operar nos poços. Assim toda a comunidade pode tirar suas dúvidas e enviar sugestões em um prazo de dez dias para que o Ibama faça eventuais adaptações”, explica Fernando Galego, da Coordenação Geral de Petróleo e Gás (CGPEG) do Ibama.
 
De acordo com o deputado federal Fernando Marroni (PT), que vem tratando com a direção da Petrobras da exploração da Bacia Pelotas desde 1999, a possibilidade de o Rio Grande do Sul se tornar um produtor de petróleo abre novas oportunidades. “Isso irá melhorar ainda mais as perspectivas econômicas do Estado, que hoje já produz plataformas. Além disso, estou trabalhando para que haja integração entre as universidades da região e a Petrobras, criando também um polo de pesquisas no setor petrolífero”, diz. 

P-63 PRONTA

O navio-plataforma P-63 já saiu do Canteiro Quip/Honório Bicalho, localizado em Rio Grande, após serem concluídos os serviços de integração dos módulos e comissionamento da plataforma. A P-63 está entre as novas     unidades que entrarão em operação em 2013, contribuindo para o aumento da produção de petróleo na Petrobras e o alcance da meta de produção de 2,75 milhões de barris por dia, prevista para 2017.

Com capacidade para processar 140 mil barris/dia de óleo e comprimir 1 milhão de m3/dia de gás, a unidade irá para o campo de Papa-Terra, no pós-sal da Bacia de Campos, operado pela Petrobras (62,5%) em parceria com a Chevron (37,5%).

A P-63 foi convertida em um FPSO a partir do navio-tanque BW Nisa, no Estaleiro Cosco, na China. A unidade chegou ao Brasil em janeiro deste ano para passar pelas últimas etapas de construção. Ao todo foram instalados e interligados 23 módulos da planta de processo. Os serviços  executados pelo consórcio formado pela Quip (Queiroz Galvão, UTC, Iesa e Camargo Correa) e a BWOffshore empregaram, no pico das obras, cerca de 1.500 trabalhadores.

O FPSO P-63 atuará junto à plataforma P-61, primeira do tipo TLWP (Tension Leg Wellhead Plataform) construída no Brasil, que está em fase final de obra em Angra dos Reis (RJ). As unidades compõem o Projeto Papa-Terra, que prevê a perfuração, completação e interligação das unidades a 30 poços produtores de petróleo. Toda a produção da P-61 será transferida para o FPSO P-63, responsável pelo processamento, armazenamento e transferência do óleo extraído.

Em função da necessidade de alteração do layout submarino dos poços, para atendimento a condicionantes do processo de licenciamento ambiental, serão realizadas obras complementares na P-63 na Ilha de Santana, em Macaé (RJ).